VARIEDADE

 

VARIEDADE

Nada como ir a uma consulta, e ficar um bom tempo na sala de espera, para realizar uma quantidade de impressões, que nos despertam para uma realidade, constatando como é variada a nossa população, em termos de idade, raça, aparência e comportamento.  Os estilos de vestuário não têm limite, mostrando a diversidade, que reflecte a cultura actual, em que cada um se aperalta como lhe apetece, pode ou lhe convém!  Acho que é uma sorte, sermos livres o suficiente para nos apresentarmos a gosto, sem a preocupação dos julgamentos alheios, digo eu, que fui obrigada a vestir o que a minha mãe achava mais conveniente para cada circunstância… Hoje em dia, ganhei uma certa liberdade, sem me cingir a modelos ou apreciações, mais ou menos oportunas, ou agradáveis. Sou do tempo em que havia convenções a mais, que nos obrigavam a cumprir com as regras duma chamada boa educação, de um gosto associado ao grupo social, onde nos encontrávamos inseridos. Na minha adolescência era impensável sair à rua sem chapéu e sem luvas, no Inverno, como seria estranho usar sandálias sem ser no Verão! Como curiosidade, ainda guardo o véu que usava para ir à missa…

O cerimonial das convivências sociais também era bem diferente da actualidade, com as manifestações de afecto bem mais comedidas. Quando vim de África para estudar aqui, estranhei imenso os comportamentos, pois lá, a convivência era um bocado mais leve, com mais abertura de espírito, talvez associado ao clima, bem como as facilidades que havia, e com o relacionamento que tínhamos com os estrangeiros que lá trabalhavam.  Vivíamos na Companhia de Diamantes, onde nasci, no nordeste de Angola, perto do ex-Congo Belga, havendo até uma certa ideia de liberdade, que nada tinha a ver com o que se passava na chamada metrópole! Durante a guerra, lá nem sentíamos falta de nada, como viemos a constatar aqui, e segundo me conta o meu marido, que nasceu cá, tendo vivido essa época em que havia senhas de racionamento. Lembro-me, no entanto, dos meus pais irem a Espanha, e terem de levar algumas coisas que lá não havia, visto que eles sofreram também com a guerra mundial, e a deles.

É sempre interessante dar atenção, observar e sentir os ambientes em que nos encontramos, aproveitando para meditar, enquanto se espera! Todos diferentes, mas todos iguais no sentir, na busca do seu bem-estar, vivendo o dia-a-dia o melhor que for possível, como é seu direito…

                OM SHANTI OM

                   


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