ACEITAÇÃO
ACEITAÇÃO
Ao tomar consciência da nossa condição, em que a idade se vai
mostrando nas manifestações de alguma dificuldade de mobilização, para além de
menor capacidade de memorização, resulta que, facilmente, nos podemos encontrar
num processo de negação, por termos sido sempre muito activos e independentes.
Na verdade, como é natural, de vez em quando, somos surpreendidos por situações
em que o nosso corpo se manifesta de forma mais evidente, seja porque demos uma
queda desastrosa, ou por que os nossos ossos começam a falar mais alto,
impedindo-nos de caminhar tão ligeiramente como antes.
Decididos a levar a cabo e prestar atenção a esses problemas, vamos
procurando ajudas viáveis e acessíveis, tal como massagem, radiografias,
análises, complementos naturais, e aquele diálogo com o corpo que, também, pode
ser uma boa ajuda. Diz-se que o corpo é o mapa onde assentam as nossas
memórias, os nossos gostos e desgostos, e que importa aprender a descodificar
os seus códigos. É, realmente, um excelente método de autoanálise, mesmo que
nem sempre seja fácil de aceitar as verdades que ele nos vai apresentando. A idade, mais o desgaste que a vida implica,
e os exageros a que nos submetemos, deixam as suas marcas. No entanto, podemos
considerar que a nossa saúde tem nota positiva, que seguimos fazendo uma vida
tranquila, a nível familiar e ocupacional, continuando a prestar atenção ao que
nos rodeia, gozando o prazer do convívio familiar regular, cuidando das
relações de amizade, que constam dentro do grupo de almas onde nos
envolvemos.
Sirvo-me da meditação, como meio de me voltar a encontrar, sempre
que me perco em alguma lamentação, quando a minha exigência passa das marcas.
As conversas, que tenho com os meus deuses são normalmente, frutíferas, obtendo
respostas, sem precisar de fazer perguntas. Foi assim que, de repente, me
encontrei pacificada, determinada em aceitar a condição que a nossa idade nos
mostra, que o melhor mesmo é tirar partido do que está ao nosso alcance,
caminhando com o ritmo que é o nosso, dentro das limitações próprias de quem
não precisa de se apressar para nada.
Aceitação passa a ser um ideal, gozando as benesses que usufruímos, fazendo as pausas
necessárias, e respeitando os ritmos mais adequados à nossa condição. Assim,
vamos continuar, atentos e agradecidos por viver tantas oportunidades, dando e
recebendo na mesma medida, ao mesmo tempo que aproveitamos os ensinamentos que
a vida ainda nos pode vir a proporcionar.
OM SHANTI OM
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