EU, IDOSA ME CONFESSO
EU, IDOSA ME CONFESSO
Chegar a uma idade provecta é um sinal dos tempos, em que as condições nos têm permitido sustentar saúde no corpo a um nível desejado, uma vantagem considerável em relação aos nossos antepassados, que raramente chegavam a ter mais de 60 anos. Dou graças por fazer parte deste lote, tendo chegado aos 85, ainda com a capacidade de gerir a minha vida, continuando a gozar das bênçãos e privilégios que nos calharam nesta etapa da nossa existência. No entanto, reconheço que não estávamos muito bem preparados para lidar com a fatal ausência de memória e outras fragilidades naturais da idade, considerando que essa situação pode trazer bastantes problemas a quem está sujeito a essas falhas e aos que com elas têm de lidar, seja por si ou por quem connosco vive de perto.
Felizmente, tenho as condições necessárias para me poder orientar, com a circunstância e a sorte de ainda viver com o meu marido de 88 anos, que considero ser um grande companheiro e cúmplice há mais de 65 anos, tendo as ajudas indispensáveis para podermos seguir com a qualidade de vida e a dignidade, que merece quem cumpriu até agora, a sua missão como ser atuante, num grupo de almas próprio. Além disso, igualmente, com a preparação suficiente, a nível educacional e a longa aprendizagem que a vida nos tem proporcionado e o yoga, onde colhemos tantos ensinamentos, torna tudo mais acessível, menos pesado e feliz! A sabedoria, de experiências feita, tem-nos permitido governar este barco, onde cabem todos quantos fazem parte deste, tão próximo, círculo de energia, nos alimentam com o seu amor e nos dão o alento indispensável, para continuarmos a acreditar que a vida é para ser vivida em pleno, dando-nos a chance de continuar a deixar umas belas pegadas!
E serão, certamente, essas as marcas que nos permitirão continuar a crer que, na verdade, somos eternos, e que a finitude é apenas um conceito pragmático...
OM SHANTI OM
OM SHANTI OM
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